Estamos sentindo na pele, em nosso dia-a-dia, uma urgente
necessidade de transformações para superarmos as injustiças ambientais, a
desigualdade social, a apropriação da natureza e da própria humanidade, como
objetos de exploração e consumo. Vivemos em uma cultura de riscos, com efeitos
que muitas vezes escapam à nossa capacidade de percepção direta, mas aumentam
as evidências que eles podem atingir não só a vida de quem os produz, mas as de
outras pessoas, espécies e até gerações e perdas culturais como em Paraitinga
SP.
Após assistir aos vídeos e ler os jornais, penso que existe
uma relação muito forte entre a tomada de decisão errada e as perdas ambientais
e culturais de um local. Principalmente quando essa tomada de decisão não foi
estudada, planejada e muito menos cuidada.
Nos vídeos tanto Elpídio Santos quanto Negão (Pedro Luiz dos
Santos) retrata a questão ambiental e cultural fazendo parte do cotidiano das
pessoas. Que a cultura está ligada a natureza.
Na leitura dos jornais percebeu-se que as causas da enchente
do rio Paraitinga, que destruiu um importante patrimônio cultural brasileiro,
iniciou bem antes da tragédia com a destruição da mata ciliar, o manejo
inadequado de pastagens, solo impermeável, redução da cobertura vegetal e
outras atitudes impensadas. Mostrou-se também que os aspectos culturais estão presentes
na vida das pessoas.
Relacionando as perdas ambientais e culturais com base nos
aspectos que a Avaliação Ecossistêmica do Milênio (AEM) considera como
bem-estar humano, penso que os serviços são saudáveis, porém teríamos que parar
de realizar todas as atividades que atualmente usufruímos para que o planeta se
regenerasse e a partir daí gozarmos de forma equilibrada dos ecossistemas que é
de onde sai todos os serviços que necessitamos. Como isso não é possível tem
que reagir com políticas estruturantes, participação individual e coletiva,
pensar global e agir local e principalmente fazendo a lição de casa.
Enfim, há ameaças à vigorosa cultura da cidade todas as vezes
que tomamos atitudes sem pensar nas questões ambientais e econômicas.
Por Zenaide Wanderley da Silva
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